quinta-feira, 5 de março de 2009

Planos de aula

Ensino Médio

Ciências Humanas e suas Tecnologias

Filosofia

Atitude filosófica e vida cotidiana

Criar é preciso
Convide os estudantes a refletir sobre as atuais relações entre criatividade e conhecimento
Este plano de aula está ligado à seguinte reportagem de VEJA:

Objetivos Debater o conhecimento e a criatividade com base na pesquisa e análise de situações cotidianas.

Introdução
Já não se fazem enciclopédias como antigamente.
Basta pensar na monumental Encyclopédie, com 28 volumes dedicados a ciências, artes e ofícios, impressa na França entre 1750 e 1772.
Editada pelo filósofo Denis Diderot e pelo matemático Jean d’Alembert, a obra inclui quase 72000 artigos, muitos deles assinados por filósofos, e cerca de 3000 ilustrações. Desse modo, sintetiza os conhecimentos de uma época marcada pelo culto à razão.
Entretanto, se esse monumento fosse lançado hoje em dia, seu conteúdo estaria obsoleto muito antes de o último volume sair da gráfica. Essa conclusão fundamenta-se no artigo de Stephen Kanitz, publicado no Ponto de Vista de VEJA.
O autor observa que o conceito de conhecimento humano mudou, tornando-se “de curta duração”. O texto oferece dicas preciosas para os calouros universitários lidarem com essa realidade. Faça o mesmo com seus alunos, com base na argumentação do ensaísta e neste plano de aula. Afinal, boa parte deles estará na faculdade nos próximos anos.

Atividades

1ª aula -

Uma vez concluída a leitura do artigo, ofereça à turma informações destinadas a enriquecer um debate a ser realizado posteriormente.
Conte que, em entrevista recente, o filósofo Mario Sergio Cortella, professor do Departamento de Teologia e Ciências da Religião da PUC de São Paulo, declarou que vivemos hoje na Era da Informação - e não na Era do Conhecimento. Para o educador, essa última designação pode ser aplicada a cada um dos períodos da aventura humana, já que as sociedades sempre precisaram desenvolver conhecimentos para existir e sobreviver. Assim, o momento atual diferencia-se dos anteriores pela colossal produção e disseminação de dados, nem sempre originais, acessíveis a todos ou mesmo confiáveis. O conhecimento distingue-se da mera informação na medida em que supõe uma intencionalidade ou um propósito, em cujo centro está a relação entre o sujeito que quer conhecer e o objeto a ser conhecido. Trata-se de um processo que envolve perceber, constatar, compreender e conceber, em diferentes modos — uma trajetória seguida, em ritmos diversos, pela ciência, pela arte e pela Filosofia.
Ressalte que as observações de Cortella podem ser um interessante complemento para a discussão dos problemas levantados por Stephen Kanitz. O articulista de VEJA sugere que os estudantes se concentrem na criatividade como um elemento gerador de conhecimento. Como capacidade humana, a criatividade está ligada à emergência de algo novo e original, mas que possa também constituir-se em soluções para a vida prática, incluindo aí a própria renovação das diferentes formas de saber. O exame das relações entre criatividade, informação e conhecimento certamente vai fazer aflorar idéias, experiências e concepções. Faça perguntas para orientar a discussão. O que os alunos entendem por conhecimento? E por informação? Podemos comparar uma obra concebida sob uma perspectiva bem definida, como a Encyclopédie iluminista, com as atuais enciclopédias on-line, que oferecem um enorme volume de informações nem sempre estruturadas? Os conhecimentos válidos são os oriundos da produção científica? Ou são aqueles que possuem algum tipo de utilidade prática? Existem outras formas de conhecimento originadas fora dos muros das universidades que sejam igualmente legítimas ou válidas? Quais? O que eles pensam a respeito dos conhecimentos gerados na escola, em especial na Educação Básica? Peça que descrevam situações ou experiências significativas em que a criatividade teve um papel importante. A seguir, sugira que a turma forme grupos e organize idéias em textos opinativos acerca do assunto.


2ª aula –

Proponha que os alunos pesquisem situações em que está em jogo o papel da criatividade na solução de problemas, na geração de resultados originais e na vivência coletiva ou individual. Sugira que eles procurem examinar grupos de diferentes idades, origens sociais e tradições culturais.
Um bom ponto de partida são as creches e escolas nas quais crianças convivem com jogos e brincadeiras. Destaque que essa vivência estimula os sentidos e desperta e criatividade e a imaginação, além de ajudar a desenvolver formas variadas de raciocínio. No entanto, muitos pesquisadores recomendam que os pequenos devem brincar por brincar, já que isso é próprio do universo infantil, e não com fins de aprendizagem. Esse ambiente descontraído e lúdico pode ser transportado para o Ensino Médio? Ele também cabe nas academias? E nas empresas? Para adensar a análise dessa questão, distribua cópias do quadro acima e encaminhe as atividades previstas nele. Vale a pena, ainda, orientar pesquisas que abordem exemplos de criatividade entre universitários, como a concepção e construção de robôs e protótipos de meios de transporte e a esquematização de sistemas administrativos - sem esquecer a atuação dos jovens que colocam seus conhecimentos a serviço de comunidades carentes. Para seus alunos Solte suas feras Observe com seus colegas a imagem abaixo, que retrata alguns jovens dançando. Sua escola desenvolve esse tipo de atividade? Mesmo que a resposta seja positiva, que tal vocês tomarem a iniciativa de implantar outras práticas capazes de tornar o ambiente mais descontraído e criativo? Verifique, com o grupo, quais brincadeiras, jogos e atividades de lazer poderiam ser realizados dentro do colégio. O leque é amplo e variado; abrange dança, teatro, mímica, esportes, competições de conhecimentos gerais especializadas na chamada “cultura inútil” e muito mais. O importante é que consigam envolver a moçada. E não pense que brincadeira é coisa de criança: pesquisas na área da psicopedagogia mostraram que elas diminuem o stress e a ansiedade e exercitam a criatividade, tão importante para o bom desempenho na faculdade e na vida profissional. Portanto, solte suas feras desde agora
Veja também
Bibliografia
Convite à Filosofia, Marilena Chauí, Ed. Áti