quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Desenvolvimento de posturas éticas, relações (eu-eu; eu-outros; eu-natureza),

PLANETA ÁGUA

Oi, meu nome é água. Todas as pessoas, animais e plantas me conhecem muito bem, mas não por eu ser uma artista famosa de televisão, cinema ou teatro, e sim porque quando as pessoas, os animais e as plantas têm sede, sou a única capaz de matar essa sede. Tenho certeza de que você todos os dias tem contato comigo.
Pois é! Eu sou muito importante para a vida de todos os seres vivos. Quer dizer, vivo por todas as partes deste planeta Terra. Não sei bem o que os homens têm contra mim, pois estou bem mais presente neste planeta do que a própria terra. Você sabe que a Terra é redonda como uma laranja e que se dividirmos ela em quatro partes iguais, podemos dizer que três partes são compostas de água e apenas uma delas seria terra. Por isso, acho que o certo seria este planeta ser chamado pelo meu nome, planeta Água, e não planeta Terra. Você não acha?!
Mas vamos deixar essa história de nome de lado, pois nem toda a minha água pode mesmo ser bebida. Lembra-se quando você foi à praia? Ah, nunca foi? Tudo bem, não tem problema. Com certeza, seus amigos já lhe disseram que a água da praia é salgada. Você alguma vez já tomou água salgada? Ela é muito ruim e se engolir um pouquinho da água da praia, mesmo que por engano, verá que ela provoca uma sensação muito estranha na sua barriga e você terá que pôr tudo para fora novamente. Por isso, essa minha água da praia não serve nem aos homens, nem à maioria das plantas e dos animais terrestres.
A minha melhor água que eu posso oferecer é aquela que cai da chuva, que os homens chamam de água doce – não que eu agora tenha açúcar, mas simplesmente deixo de ter sal. Mesmo que três partes deste planeta sejam compostos por água, apenas uma pequeníssima parte é doce.
Vou te dar um exemplo de como seria essa pequeníssima parte. Sabe aquela garrafa de guaraná que tem 1 litro? Se você encher de água 20 vezes esse litro e colocar em um balde, terá 20 litros. Agora coloque um dedinho da sua mão dentro do balde com água e depois tire. Vai pingar uma gota. Pois é! Imagine só: toda a água do balde seria salgada e apenas esta gota seria doce!
Mas ainda tem outro problema com relação a toda a água doce que existe aqui na Terra: nem toda ela pode ser usada. Se pegarmos agora essa pequena gotinha e a dividirmos em quatro partes, apenas uma delas estaria disponível para ser usada pelos seres vivos; as outras três partes estariam nas nuvens, em forma de vapor, e nas geleiras, em forma sólida.
Por isso, só posso ser usada quando não sou salgada, quando não sou vapor e quando não sou gelo – somente posso ser usada quando sou líquida, quando caio da chuva, corro para os rios e lagos ou vou descendo pela terra até chegar no lençol subterrâneo. Você sabia que embaixo da terra existe água? Pois é! O homem pode cavar um buraco bem profundo e me encontrar lá embaixo da terra.
Você que mora aqui no Brasil é uma pessoa bastante privilegiada, pois existe muito água doce em algumas regiões, como na Amazônia; por outro lado, você também deve saber da falta que eu faço no Nordeste. Minha falta faz secar os rios e ninguém pode plantar porque não chove, as plantas e os animais morrem de sede por não terem o que comer e muito menos o que beber. E tem mais: o homem, para não morrer, tem que caminhar horas ou dias me procurando. Quando me encontra, muitas vezes estou envolvida por lama, mas mesmo assim o homem é obrigado a me levar para sua casa, para que todos bebam água.
Como você pode ver, eu sou muito importante para a vida das pessoas, animais e plantas, em alguns lugares, faço muita falta, mas já em outros, as pessoas, acostumadas por terem tanta água na forma de um rio bem ao lado da sua casa, têm me usado como um depósito de lixo.
Os homens jogam esgoto, papel, latas, vidros e tudo o que mais você puder imaginar dentro do rio. Agora, como você acha que eu me sinto? Como você se sentiria se sua casa fosse um depósito de lixo? Será que eu não sou tão importante quanto penso? Idéias principais
1 – Colocar-se no lugar do outro
2 – Conhecer bem alguém ou alguma coisa
3 – Ser importante
4 – Ter certeza (sobre algo)
5 – Ser contra (alguma coisa)
6 – Certo e errado (ética)
7 – Ser estranho
8 – Mudanças e transformações
9 – Coisas diferentes e coisas opostas.
Plano de discussão

1 – Colocar-se no lugar do outro
- Entendemos melhor alguém quando tentamos nos colocar no lugar desse alguém?
2 – Conhecer bem alguém ou alguma coisa
- O que é conhecer?
- Como podemos saber que conhecemos bem alguém ou alguma coisa?
3 – Ser importante
- Quando consideramos uma coisa importante?
- O que é importante para uma pessoa pode não ser para outra?
- Quando sabemos que somos importantes para alguém?
- Se alguém sente falta da gente significa que somos importantes para essa pessoa?
4 – Ter certeza
- É possível ter certeza sobre tudo?
- Como podemos ter certeza sobre as coisas?
- O que é certeza para uma pessoa pode não ser para outra?
5 – Ser contra
- Podemos ser contra e a favor de uma coisa ao mesmo tempo?
- Para ser contra alguma coisa, devo ter uma boa razão?
6 – Certo e errado
- Quem determina o que é certo e o que é errado?
- É possível acharmos certo alguma coisa que é considerada errada?
- É possível acharmos errada alguma coisa que é considerada certa?
- O que é certo para alguém pode ser errado para outras pessoas?
- O que é errado para alguém pode ser certo para outras pessoas?
- Fazemos coisas “erradas” sem querer?
- Tudo o que é certo é justo?
- É possível consertar um erro?
7 – Ser estranho
- Quando alguma coisa nos parece estranha?
- O que significa ter uma sensação estranha?
8 - Mudanças e transformações
- As coisas e as pessoas estão sempre mudando?
- Quando mudamos de roupa nos tornamos outra pessoa?
- Nos sentimos diferentes quando mudamos de forma?
9 - Coisas diferentes e coisas opostas.
- Quando duas coisas são diferentes, elas são opostas?
- Quando duas coisas são opostas, elas são diferentes?
ATIVIDADES
Antes de começar a história:
- O que as crianças já sabem sobre a água?
- O que as crianças acham da água?
Durante a história:
- Dividir uma laranja em quatro partes
- Apresentar água com sal
- Apresentar água com açúcar
- Apresentar água pura
- Colocar o ouvido no chão para ver se ouve barulho de água embaixo da terra.

Depois da história
- Representar a história com desenho, argila, massa, etc.
- Perguntar quais as matérias que poderiam estar na história
- Relacionar os estados da água com os sentimentos
- Perguntar o que cada aluno tem de melhor para oferecer de si
- É certo jogarmos coisas nos outros? (voltar para a discussão do item 6) Ex.: jogar lixo no rio.
- Discutir o que é lixo

- Como nos sentimos quando outros jogam coisas em nós? Ex.: papel, giz etc. Utilizar também exemplos de sentimentos, tais como raiva, ódio etc.
- Perguntar se é certo ter muita água em um lugar (Norte) e muita seca (Nordeste) em outro (voltar para a discussão do tema 9).
- De que forma estamos tratando a natureza (meio ambiente)? Isso é uma questão ética.
- Como tratamos todos à nossa volta?

O que a história trabalha
Habilidades cognitivas
Relações, oposições, analogia, inferências, investigação, raciocínio, classificação.
Conteúdo filosófico
Desenvolvimento de posturas éticas, relações (eu-eu; eu-outros; eu-natureza), sentimentos/sensações, coisas com forma e sem forma, amizade, companheirismo, solidariedade, respeito.
Interdisciplinaridade
Ciências, Português, Matemática